A perspectiva teórica da governança híbrida tem sido usada como meio para compreender como Grupos Armados Ilegais (GAI), particularmente os ligados ao crime organizado, controlam territórios e populações. No Brasil, este enquadramento gerou análises sobre formas locais de interação entre atores legais e ilegais nos campos político e econômico. No entanto, encontramos limitações explicativas neste quadro teórico quando aplicado ao caso empírico da atuação do Comando Vermelho (CV) no Complexo do Salgueiro, desde o início da pandemia de COVID-19 (março de 2020 a julho de 2021). Combinando observação participante, sistematização estatística e de elementos visuais e cartográficos, e análise de pesquisa enviada eletronicamente aos moradores do Complexo, propomos possíveis explicações para a omissão ou inação do CV diante da pandemia, contradizendo sua tradicional preocupação assistencialista em relação às populações sob seu controle.
Palavras-chave: Governança híbrida; violência urbana; Brasil; Grupos Armados Ilegais; narcotráfico.
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